Capítulo V
Já havia voltado à minha rotina de ficar na sala dos professores, às quintas-feiras, preparando ou corrigindo atividades.
Nem prestava mais atenção à maçaneta da porta e já havia me convencido de que seria mesmo muito difícil algum aluno sair de sua casa para vir se encontrar comigo só para conversar sobre poesia.
Já estava convicta de que precisava ter alguma nova ideia, quando a porta se abriu e um rostinho lindo e tímido se apresentou, balbuciando não sei o quê… não entendia o que dizia a menina, enquanto fixava os olhos em mim.
A professora de Matemática trouxe-me à razão:
- Vai lá! Não é aquela história da poesia que você contou?
Só então decodifiquei claramente o que a menina dizia: “Eu me apaixonei!”
Ah! Não dá para descrever a emoção que senti!
Saí imediatamente da sala e me dirigi com ela para o pátio externo. Sentamos à sombra dos eucaliptos.
Demorou algum tempo para eu me refazer da enorme emoção e agir com naturalidade:
- Que bom você ter vindo!
- Professora, eu escrevo poesias…
- Verdade? Eu também escrevo…
Não sei por quanto tempo ainda ficamos conversando sobre o assunto.
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